Zunidos, sandices, amores e refregas de um pernilongo filósofo.

Tuesday, August 25, 2009

Inseto que suga inseto tem cem anos de afeto.

Zelito, um pernilongo meu amigo de infância, veio me visitar em Brasília. Esteve aqui em minha casa a semana passada inteira, sugando o gorduroso sangue parlamentar. Passou dias de fartura, canudo espetado na carne de deputados, senadores, bajuladores e toda essa gentinha que pulula nas auréolas das tetas públicas.

Em sua última refeição antes de embarcar de volta para casa, Zelito encheu a pança nas veias de um líder de partido absorto nas manobras para manter sua vergonhosa mamata. Acostumado a sugar os cofres públicos, o parlamentar percebeu a presença da muriçoca em sua carne e tentou esmagá-la com um tapa de mão aberta, a mesma que distribui cargos de assessor a parentes e amigos e dá a seu país uma despesa mensal de milhões.

Zelito, malandro, voou para longe do alcance do sujeitinho irritado. De barriga cheia, divertiu-se com os insultos de sua vítima.

- Pernilongo filho da puta!

E meu amigo respondeu zunindo, satisfeito:

- Pode ser. Mas eu sou assim por obra da natureza. Vossa Excelência é um self-made man.

Grande Zelito!

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