Zunidos, sandices, amores e refregas de um pernilongo filósofo.

Tuesday, April 24, 2007

Sangue unissex.

A ciência dos homens insiste em acreditar que só os pernilongos fêmeas se alimentam do sangue alheio enquanto nós, mosquitos machos, preferimos o néctar das frutas. Tremendo engano. O SIM (Serviço de Inteligência das Muriçocas) fez um ótimo trabalho. Inventou essa história para ganhar a simpatia dos movimentos feministas e os burocratas pagos para preencher os livros de zoologia caíram.

Vai aqui o depoimento de um representante legítimo da espécie: até hoje, alguém aí já viu um pernilongo atestar essa tese cretina? Logo, é mentira. Invenção da preguiça falaciosa dos cientistas de duas pernas e meio cérebro. Eu mesmo, muriçoca heterossexual, passei boa parte da vida cravando meu canudo na carne humana. E conheço muriçoca fêmea que não encara sequer um chouriço, tamanho é o seu horror do líquido vermelho e viscoso que corre nas veias.

No meu caso foi diferente. Deixei os hábitos hematófagos quando descobri a mexerica, o suco de tomate, a raspadinha de jaca, a pera asiática e outras benesses da feira livre. O frescor da poupa e a doçura da sacarose são infinitamente superiores à mornidão e às toxinas do sangue de outrem. Mas foi porque eu quis. E não porque no mundo dos pernilongos há uma lei que determina a dieta dos machos e das fêmeas.

É por isso que apoio toda investida de meus parentes contra a carne humana. Machos e fêmeas. Suguem com vontade as veias dessa gente. Sobretudo se as vítimas forem políticos, síndicos, profissionais de atendimento em agência de propaganda e quaisquer pessoas que saem acreditando em tudo que lêem no jornal. Esbaldem-se!

E deixem o sumo das mexericas para mim.

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